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segunda-feira, 8 de abril de 2013


             ( O primeiro texto de Hamlet ,de Shakespeare, impresso em ïn quarto, isto  é uma folha dividida em
                                                             quatro partes para a impressão, ano 1603)
                                                                   HAMLET


                                    De :William   Shakespeare
                                   Tradução : José O'Shea
                                  Direção : Carmen Fossari
                                          - GRUPO PESQUISA TEATRO NOVO -
                                            BRUNO LEITE  com o HAMLET
HAMLET in Quarto (a forma como era dobrada a folha a ser impressa do texto,) tradução  Professor Dr.José Roberto O'Shea e encenação pelo Grupo Pesquisa Teatro Novo com direção de Carmen Fossari.
Trata-se da primeira montagem no Brasil de HAMLET ( o primeiro de três textos de Hamlet  de Shakspeare impresso). Um texto cuja particularidade consiste em mesclar prosa e verso, e por isto ter mais de dois mil versos a menos do que o terceiro e último Hamlet e por isto o mais teatral,  pelo dinamismo da ação dramática.
O ritmo e encadeamento das falas e das cenas acaba se constituindo num belo presente teatral ao elenco,dada a excelência deste texto, do ano de 1603.
A primeira montagem brasileira de HAMLET , o primeiro in Quarto, traz á cena uma inusitada montagem . A direção concebeu o espetáculo desde a linguagem derivativa da cultura Oriental a saber: o universo do Teatro Noh e Kabuki(maior influência) e a sonoridade do Taikô.
A opção da linguagem oriental para um texto ocidental, traduz em parte esta necessidade de distanciar a cena para aproximar o foco dramático e por fim dar vazão universalidade da personagem Hamlet.
O contexto cênico de HAMLET  construído desde as linhas do teatro e cultura orientais ,contou com um trabalho intenso de preparação corporal do elenco a cargo da Professora Fernanda Manhães, indicada pela Associação Nippo Catarinense.
Antecedeu a montagem, um longo trabalho de pesquisa que somam mais de dois anos e meio , acentuados no último ano com os treinamentos corporais. O trabalho contou ainda com assessoria de Maria Amélia Dickie : Cultura e Arte no Japão, Alice Yumi (Gestualidade, Taiko e Maquiagem )
Os figurinos são uma criação de Dé Beirão, Cenário de Márcio Tessmann e Carmen Fossari que assina a direção já  havia dirigido no Chile, uma outra montagem de
Hamlet, uma adaptação do terceiro e último  texto, inserindo Hamlet no contexto Latino Americano. Além desta montagem,quanto a dramaturgia de William Shakespeare, dirigiu O MERCADO DE VENEZA, e ROMEU  E JULIETA, um exercício dramático breve  junto a uma Oficina de Teatro  que ministrou na Universidade de Cayey em Porto Rico, num evento teatral da Universidade  coordenado por Vally Rivera e o Grupo Demos.
UM POUCO DO PROCESSO, MUITO DE HISTÓRIA!
Por mais de duas décadas, a diretora estudava esporadicamente o Teatro Oriental,tão milenar quanto o Teatro do Ocidente. A leitura minuciosa da tradução de O'Shea diante de todo mito ao entorno de Hamlet, trazendo  pela primeira vez em língua portuguesa  o Primeiro in Quarto  com uma dramaturgia toda focada à ação dramática , suscitou retornar ao Teatro Oriental.
Alguns aspectos da tragédia como as sete mortes presentes na ficção histórica de Shakespeare todas imbricadas na sucessão do Rei da Dinamarca, certamente além de serem frutos da brilhante mente de William, não eram temas aleatórios as “ reais” sucessões monárquicas .
A história política de um Japão do século XVII  na luta de conseguir sua unificação ,traz à cena histórica uma guerra civil entre os senhores feudais (futuros daimyos) pela posse de terras .
 No ano em que William Shakespeare, imprimia o Fólio de Hamlet in Quarto, ano de 1603,no Oriente tinha início o último Xogunato Tokugawa (Edo Bakufu), uma
Dinastia familiar, militar feudal e que permaneceu no poder até o ano de 1868 e cujo feito mais significativo foi manter a unificação daquele país.
As mortes e o sangue ao entorno do poder jorraram febrilmente no mundoseja ele vinculado a  uma Monarquia ou a um Xogunato. Ou ainda se trouxermos a contemporaneidade aos países e impérios ditos hegemônicos.
A arte faz aflorar esta radiografia da construção e desconstrução do Humano, mas em Shakespeare a visão é sempre mais ampla, atemporal e universal.
Dos seus textos afluem com paixão personagens que embora datados vivem
no país do humano onde a geografia não determina nem exclui .
Fruto desta genialidade do dramaturgo ,ator e diretor William Shakespeare . Suas tragédias historicizadas varam e existem verossímeis em outros tempos e em outras matizes culturais .

Este
HAMLET, o primeiro in quarto, mais do que as dúvidas deseja o trono usurpado! Momentos de lucidez, de tormento, desejo de provar a culpa do  assassino do pai, sentimento dúbio
 por sua mãe a Rainha Gertrede (amor, desejo, raiva), imensurável desejo de vingança, capaz de enlear a mulher que ama , Ofélia e contribuir para sua loucura. Incontrolável, ardiloso, sarcástico,o Príncipe da Dinamarca deseja e muito o poder.
Neste  espetáculo inusual, ao fazer uso da linguagem e estética da Dança e Teatro Kabuki e apropriar-se dos recursos daquele teatro como Leques (quarenta e dois leques tamanhos , texturas e cores diversas), Sombrinhas, Taiko, Figurinos , movimento circular , sonoplastia, tudo amalgamado e traduzido em  linguagem síntese do Oriente /Ocidente faz com que  ao transcorrer da peça o espetáculo vá adquirindo uma dimensão ritualística e profunda
 Outro elemento diferenciado é a cena  do Metateatro, com a Cia de Teatro que Hamlet contrata, para  revelar pelo teatro dentro da peça como  o seu tio assassinou seu pai Rei Hamlet.
A Companhia de Teatro dentro do texto um recurso de  Metateatro, entra na cena vestida  também com roupas do século XVII, mas diferente dos figurinos inspirados no Kabuki, seus figurinos  seguem  o figurino Ocidental, do período Elizabetano, reafirmando  que antes de tudo o teatro é sempre um jogo, mesmo em encenações que buscam a magia estética e a dimensào de uma arte profunda.
HAMLET in Quarto
De :William Shakespeare
Tradução :de José O'Shea

Direção : Carmen Fossari
ELENCO: 
 Bruno Leite :
HAMLET,
Ivana Fossari: Gertred
Mariana Lapolli: Ofélia
Sérgio Bessa: Horácio
: Rei Cláudio
Bruno Lapolli: Soldado e Ator da Cia de Atores
 Julião Goulart:Fortebraço  e Gilderstone
 Marcia Cattoi: Primeiro Coveiro, Atriz da Cia de Atores, Cornélio
 Edson Abreu: Corambis
 Muriel Martins: Atriz Duquesa da Cia de Atores
 Nei Perin : Sacerdote , Montano e Capitão da tropa da Noruega de Fortebraço
          Lindson   Mulhlmann  Laertes
       Lisandra Iwersen : Rosencraft
 Bruno Floriani: Fantasma do Rei Hamlet e Embaixador Inglês
 Roberto Moura :Soldado Vigília
 Cleber Bossetti: Voltemar e Cavaleiro Falastrão
  Thaiana Volkmann:Cantora Voz e Coro_Atriz , Segundo Coveiro, Sentinela
 Maíra Gauerr: Cantora, Voz e Coro-Atriz
   Márcio Tessmann : : Ator de Negro ( no Kabuki, aquele que troca cenários em cena aberta e é considerado elemento neutro  para a continuidade da cena)
Cenário: Márcio Tessmann e Carmen Fossari
Iluminação: Carmen, Márcio e Luciano Bueno ( quando da primeira temporada Leonardo Nascimento e Irani ,Teatro Pedro Ivo)
Figurino: José Alfredo Beirão
Sonoplastia:Vinícius  Nakandakari e Schimadaiko
Preparação Vocal: Teresa Pesenti
Preparação Corporal: Fefi Manhães, Alice Sinzato e Mariana Lapolli
Coreografia e manuseio dos leques: Calufoss
Cartaz : Márcia Cattoi
Fotografia: José Belli, Márcio e Carmen
Maquiagem: Alice Sinzato e  O Grupo
Arte final dos impressos : Michele Millis
Assessoria Cultura Oriental: Associação Nippo Catarinense, Alice Sinzato e Maria Amélia Dieckie
Direção Geral :Carmen Lúcia Belli Fossari
Produção:Pesquisa Teatro Novo
Apoio:DAC. SECULT/UFSC
 



































Fotos da temporada 2012. Nestas fotos estão os atores Piere Cabral e William Farias, que integraram o elenco  em 2012 nos personagen Rei Cláudio e Horácio respectivamente e Instrumentistas do Grupo de Taiko Schimadaiko sob a orientação de Vinicius Raulino da Associação Nippo Catarinense .cf.

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