Hamlet in Quarto
De William Shakespeare
Tradução de José O'Shea
Direção Carmen Fossari
GRUPO PESQUISA TEATRO NOVO - MMXII
Hamlet in Quarto (a forma como era dobrada a folha a ser impressa do texto), o primeiro texto impresso in quarto.Uma primorosa tradução José Roberto O'Shea e encenação com o Grupo Pesquisa Teatro Novo, direção de Carmen Fossari. Bruno Leite no papel de Hamlet.
Trata-se da primeira montagem no Brasil de Hamlet in Quarto ,o primeiro in Querto, o segundo foi editado entre 1604-1605, e o terceiro texto de A TRAGÉDIA DE HAMLET, O PRINCIPE DA DINAMARCA ,impresso in Fólio, no ano de 1623( este último o mais longo e também o mais encenado em muitos idiomas pelo mundo).
O primeiro in quarto apenas recém ganhou esta tradução na Língua Portuguesa.
A primeira montagem brasileira de Hamlet in Quarto.o primeiro, traz á cena uma inusitada montagem . A direção concebeu o espetáculo desde a linguagem derivativa da cultura Oriental a saber: o universo do Teatro Noh, Kabuki(maior influência) e a sonoridade do Taikô.
A opção da linguagem oriental para um texto ocidental, traduz em parte esta necessidade de distanciar a cena para aproximar o foco dramático e por fim dar vazão a universalidade do personagem Hamlet.
O contexto cênico de Hamlet in Quarto construído desde as linhas do teatro e cultura orientais ,contou com um trabalho intenso de preparação corporal do elenco a cargo da Professora Fernanda Manhães, indicada pela Associação Nipo Catarinense.
Antecedeu a montagem, um longo trabalho de pesquisa que somam mais de dois anos e meio , acentuados no último ano com os treinamentos corporais.O trabalho contou ainda com assessoria de Maria Amélia Dieckie Cultura e Arte no Japão, Alice Yumi (Gestualidade, Taiko e Maquiagem )
Os figurinos são uma criação de Dé Beirão, cenário de Márcio Tessmann e direção geral e produção de Carmen Fossari.
Um pouco do Processo, muito de História!
A leitura minuciosa da tradução de O'Shea do texto de Shakespeare, traz um Hamlet com características bastantes diferenciadas da escritura mais conhecida do texto de Hamlet ,sempre mais metafísico.
Segundo o tradutor O'Shea ( um dos mais significativos tradutores da obra de Shakespeare em Língua Portguesa) este texto escrito em 1603
traz uma dramaturgia toda focada para a ação dramática confluindo tanto a prosa quanto o verso. Neste texto percebe-se o Shakespeare ator e diretor de teatro, o texto está repleto de indicações sobre o universo do fazer teatral, há opiniões sobre a interpretação de alguns atores e Hamlet, olha para o trono com um desejo mais forte.
Alguns aspectos da tragédia como as sete mortes desta ficção histórica de Shakespeare todas imbricadas na sucessão do Rei da Dinamarca, certamente além de serem frutos da brilhante mente de William, não eram temas aleatórios as “ reais” sucessões monárquicas .
A história política de um Japão do século XVII em vias de conseguir sua unificação traz à cena histórica um guerra civil estabelecida na
luta pela posse de terras entre os senhores feudais (futuros daimyos) .
No ano em que William Shakespeare, imprimia o Fólio de Hamlet in Quarto, 1603,no Oriente tinha início o Xogunato Tokugawa (Edo Bakufu), uma
Dinastia familiar,militar feudal e que permaneceu no poder de 1603 até o ano de 1868 e cujo feito mais significativo foi manter a unificação daquele país.
Este emblemático ano , coincide com o surgimento do Teatro Kabuki, todo realizado por mulheres,oriundas do povo, e cuja sensualidade inerente provocou em nome dos “bons costumes” a proibição das mulheres na cena, quando inicia a inserção na cena Kabuki de homens interpretando personagens femininos.
As mortes e o sangue ao entorno do poder jorraram febrilmente no mundo
seja ele vinculado a Monarquia ou a um Xogunato.Ou ainda se trouxermos a contemporaneidade aos países e impérios ditos hegemônicos.
A arte faz aflorar esta radiografia da construção e desconstrução do Humano, mas em Shakespeare a visão é sempre mais ampla, atemporal e universal.
Dos seus textos afluem com paixão personagens que embora datados vivem
no país do humano onde a geografia não determina nem exclui .
Fruto desta genialidade do dramaturgo ,ator e diretor William Shakespeare . seus textos atravessam séculos com a mesma inserção verossímel em outros tempos e outras matizes culturais .
A MONTAGEM
O espetáculo traz à cena o fôlego do inusitado ao fazer uso da linguagem e estética da Dança e Teatro oriental , em especial o Kabuki e apropriar-se dos recursos daquele teatro como Leques, Sombrinhas, Taiko ,descontextualizando aspectos geográficos, mas ampliando as complexas relações entre a família do Príncipe da Dinamarca.
Os figurinos traduzidos numa síntese entre as linguagens Oriente /Ocidente adquirem ao transcorrer da encenação uma dimensão ritualística e profunda.
Outro elemento diferenciado será a surpresa preparada ao público quando da cena do Metateatro, com a Cia de Teatro que Hamlet contrata, para confrontar o Rei recém coroado como sendo o assassino de seu pai Rei Hamlet.
Em cena o marcado ritmo dos tambores de Taiko , do grupo Shimadaiko, integram a atmosfera de Hamlet in quarto um texto do ocidente, visto sob a ótica da cultura do oriente ,transpassando o que a contemporaneidade através da globalização tem de pior que é o estraçalhamento das culturas diferenciadas.
TECNICA
Figurino: Dé Beirão
Cenário: Márcio Tessmann
Iluminação: Irani Apolinário
Preparação Corporal Taetro Oriental : Fefi Manhães
Preparação Vocal: Teresa Pesenti
Voz:Maíra Gauer , Thai Volkmann
Grupo de Taiko: Shimadaiko
Maquiagem :Alice Yumi
Cartaz:Márcia Cattoi
Apoio Pesquisa: Maria Amélia Dieckie
ELENCO:
Bruno Leite
Pierre Cabral
Ivana Fossari
Mariana Lapolli
Lindson Mühlmann
Wiliiam Farias
Edson Abreu
Julião Goulart
Márcia Cattoi
Muriel Martins
Lisandra Iwersen
Nei Perin
Bruno Floriani
Roberto Moura,
Cleber Bossetti
Thaiana Volkmann
Bruno Lapolli
Direção Geral e Produção : Carmen Fossari
Apoio:DAC. SECULT/UFSC, Associação Nipo Catarinense.
.
HAMLET de Shakespeare, traduçào José R.O Shea, direção Carmen Fossari. Bruno Leite : Hamlet ,Ivana Fossari, Mariana Lapolli ,Willian Farias,Jaime Monte,Muriel Martins, Bruno Floriani,Márcia Cattoi,Suélen Benicá,Thai Volkmann,Nei Perin, Bruno Lapolli,Lisandra Iwersen,Sérgio Bessa,Cristiano Simões e Juliana Frandalozzo Grupo Shimadaiko-gravação Trabalho corporal Fefi Manhães. Figurino Dé Beirão,Cenário Márcio Tessmann.Luz Luciano Bueno, Carmen Fossari . GPTN- DAC-SECULT-UFSC
Translate
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário